Identificação de zonas de vulnerabilidade em saúde na área de abrangência da UFS Guajará I - Ananindeua – PA

A Estratégia da Saúde da Família (ESF), implantada em 1994 no Brasil pelo Ministério da Saúde, está integrada na Política Nacional da Saúde. As equipes da ESF atuam em territórios delimitados, designado como microáreas de atuação; o que significa que esse território possui características específicas e prioridades, que serão observadas a partir do diagnóstico situacional, o que contribuirá para a realização do planejamento e programação das ações e serviços de saúde. Nesta pesquisa, buscou-se indicar os espaços prioritários para intervenção pública nas zonas identificadas como de vulnerabilidade em saúde na USF Guajará I, Município de Ananindeua – PA, a partir do uso das geotecnologias aplicadas ao planejamento urbano. Aplicando o geoprocessamento e as geotecnologias, nas áreas de abrangência da USF Guajará I, foi possível cruzar os dados obtidos na unidade, in loco, com os dados censitários do IBGE e com a base cartográfica da OpenStreetMap, utilizando o SIG ArcMap como a principal ferramenta de trabalho. Por meio deste programa foi possível espacializar as informações, obtendo assim produtos cartográficos, com o intuito de realizar uma melhor interpretação dos fatos e, assim, localizar as zonas consideradas de vulnerabilidade em saúde. Para conseguir definir as zonas de vulnerabilidade em saúde dentro da área de abrangência da UBS Guajará, foi aplicado Processo Analítico Hierárquico (Analytic Hierarchy Process) Os mapas foram divididos em oito temas, sendo eles Domicílios e moradores, renda, educação, Abastecimento de água, Zonas de risco de transmissão de doenças por vetores, esgoto, Risco de contaminação de poços e nascentes próximos a fossas rudimentares (resultado da síntese dos dados de abastecimento de água via poços ou nascentes e esgotamentos sanitários via fossa rudimentares, utilizando de análise multifatorial via método AHP), lixo e infraestrutura. As zonas de vulnerabilidade em saúde foram divididas em 5 classes de baixíssima vulnerabilidade até a altíssima vulnerabilidade, e ficou patente que as regiões próximas às drenagens, popularmente conhecidas como “baixadas”, são muito mais vulneráveis, possuindo assim um maior risco de contágio a doenças. Contudo, as zonas de vulnerabilidade não somente ficam localizadas nesses pontos, como pode ser observado ao norte da área de estudo, onde mesmo sem nenhuma drenagem possui uma alta vulnerabilidade, encontrando-se, porém, igualmente, carências de serviços e de infraestrutura e um padrão socioeconômico de mais baixa renda.