Efeito do exercício físico em parâmetros bioquímicos e histológicos de ratos submetidos a tenotomia do tendão calcâneo

Tendinopatia é uma lesão que afeta os tendões e é caracterizada por dor crônica, inflamação e até ruptura parcial ou total do tecido acometido. Dentre os tendões comumente afetados tem-se o tendão calcâneo. No processo de reparo deste tecido inúmeras substâncias atuam modulando o processo de cicatrização, a exemplo do lactato e a glicemia. No que se refere as intervenções terapêuticas têm-se discutido o efeito do exercício físico no processo de reparo, e, sabe-se que a prática do mesmo implica na modulação dos níveis dessas substâncias. Nesse contexto o objetivo desse trabalho é avaliar o efeito do exercicico físico em parâmetros bioquímicos e histológicos de ratos submetidos a tenotomia do tendão calcâneo. Neste trabalho foram utilizados 12 ratos adultos da linhagem Wistar dividos em três grupos: Exercício, Lesão e Lesão+exercício. Os animais foram submetidos a tenotomia do tendão calcâneo e ao protocolo de exercício físico (EF) (nado forçado por 30min). Foram mensurados os níveis de lactato e glicemia antes da lesão e em 7 e 14 dias após a lesão. As análises histológicas foram realizadas em 14 dias após as lesões através da coloroção Hematoxilina e Heosina (HE) e da autofluorescência do colágeno. Foi utilizado o Índice Funcional de Aquiles (IFA) para análise funcional antes da lesão e em 7 e 14 dias após a lesão. Para análise estatística utilizamos o teste ANOVA-1via seguido do pós-teste Tukey, considerando significatico p<0,05 com dados expressos em média ± desvio padrão.Os resultados obtidos demonstraram uma menor perda funcional do grupo lesão+exercício em relação ao grupo lesão quando comparado ao grupo exercício. A análise funcional mostrou uma estrutura tecidual semelhante entre o grupo lesão+exercício e o grupo lesão, característico do processo de cicatrização, diferindo do grupo exercício. As análise da autofluorescência do colágeno revelou que o grupo lesão apresentou menor densidade de colágeno quando comparado aos demais grupos experimentais. Os valores de lactato e glicemia não tiveram variações expressivas entre os grupos e dias de análise. Desta forma concluímos que o exercício físico contribui para o processo de reparo do tendão calcâneo apresentando uma menor perda funcional em 7 e 14 dias após a lesão, e, a manutenção da malha colágena analisada em 14 dias pós lesão, apesar de apresentar áreas de degeneração em ambos os grupos que sofreram lesão. E por fim, o protocolo de exercício realizado não demonstrou efeito de variação nos níveis de lactato e glicemia em 7 e 14 dias após a lesão do tendão calcâneo.