Infecções hospitalares em enfermaria pediátrica do Hospital Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará

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LOBATO, Edienny Augusta Tocantins Viana; BERNARDES, Marcelo Victor Flores; LUNA, Raphael Ferreira de Castro. Infecções hospitalares em enfermaria pediátrica do Hospital Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. Orientadora: Ana Cláudia Alves Damasceno. 2008. 78 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Medicina) - Faculdade de Medicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2008. Disponível em: https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/4986. Acesso em:.
As Infecções Hospitalares (IH) são motivo de preocupação na atualidade por seus efeitos sobre os custos hospitalares e aumento da morbimortalidade dos pacientes internados. Em crianças, as IH adquirem destaque pelas características peculiares à faixa etária pediátrica, fazendo com que sejam mais susceptíveis e sujeitas a complicações com maior repercussão para a saúde. Objetivo. Avaliar a incidência e aspectos clínico-epidemiológicos das Infecções Hospitalares (IH) em enfermaria pediátrica de Hospital Universitário localizado na Amazônia Oriental no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2007. Método. Realizou-se um estudo observacional transversal baseado na coleta de dados de todos os pacientes hospitalizados na enfermaria pediátrica. A definição de IH foi determinada de acordo com os critérios utilizados pelo CDC. Resultados: No período avaliado foram hospitalizadas 1.403 crianças na enfermaria pediátrica. Dos pacientes estudados, 118 apresentaram infecção hospitalar autóctone e 33 pacientes foram referenciados de outros hospitais do estado, em decorrência de infecção hospitalar, para tratamento no referido hospital. A incidência de IH autóctones foi de 8,41 pacientes com infecções para cada 100 admissões. Do total de pacientes com IH, 23,1% apresentaram mais de uma infecção, totalizando 193 IH. A maioria dos pacientes pediátricos com IH possuía idade igual ou inferior a três anos. Os sítios infecciosos mais freqüentes, correlacionando com fatores de risco para IH, foram: pneumonias (desnutrição, longa permanência hospitalar); infecções urinárias (procedimentos invasivos do trato urinário: cateterização, cistostomia); infecções do sistema nervoso central (meningites/ventriculites) em pacientes hidrocefálicos submetidos à derivação ventrículo-peritoneal. Diferentes graus de desnutrição e tempo prolongado de permanência hospitalar foram os fatores mais associados. Os agentes etiológicos mais freqüentemente isolados responsáveis pela IH dos pacientes, foram: Staphylococcus coagulase negativo (S. epidermidis); Pseudomonas sp (P. aeruginosa) e Klebsiella sp. Dentre os fungos, houve destaque para Candida sp. Em vários casos foram detectados perfis de resistência bacteriana significativos. Dos 109 pacientes que evoluíram para óbito na enfermaria, em 20,1% o óbito decorreu do quadro de IH autóctone e em 6,5% por infecções alóctones.

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