Mortalidade materna por Covid-19 no estado do Pará: um estudo descritivo do período de 2020 a 2021

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01-01-2022

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SOUSA, Matheus dos Santos de; OLIVEIRA, Suel do Nascimento de. Investigação de comorbidades associadas a pacientes com Covid-19 em um hospital de urgência em Belém-Pa no período de março de 2021 a abril de 2022. Orientador: José Carlos Wilkens Cavalcante; Coorientador: Itajaí Oliveira de Albuquerque. 2022. 52 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Medicina) - Faculdade de Medicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2022. Disponível em: https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/5615. Acesso em:.
Introdução: A correlação entre a mortalidade materna e a pandemia de covid­-19 tornou-se o alvo de diversos estudos no Brasil e no mundo, os quais apontaram um aumento do risco de morte em pacientes obstétricas quando comparadas às mulheres não grávidas. O objetivo dessa pesquisa é descrever como o incremento do risco, promovido pela infecção, afetou as gestantes e puérperas no estado do Pará no período entre 2020 e 2021. Metodologia: Trata­-se de estudo descritivo, retrospectivo e de corte transversal. Para obtenção das informações foram utilizados bancos de dados secundários de domínio público. As informações foram agrupadas, analisadas através de métodos estatísticos descritivos, e em seguida organizadas na forma de gráficos e tabelas utilizando o programa Excel 2016. Resultados: Foram registrados um total de 302 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por covid­-19, dos quais 41 evoluíram para óbito entre 2020 e 2021. Houve predomínio das mortes em mulheres: negras, com baixa escolaridade, média de 30 anos de idade e entre o terceiro trimestre gestacional e puerpério. A maioria dos casos fatais ocorreram na região metropolitana de Belém e pelo menos 34% das mortes ocorreu sem acesso a leito de unidade de terapia intensiva, ao passo que 36% não recebeu suporte ventilatório invasivo. Ademais, observou­-se um aumento da Razão de Mortalidade Materna (RMM) nos últimos dois anos, com inversão na proporção de mortes por causas diretas e indiretas. Discussão: Tais achados podem ser atribuídos a um aumento do risco de doença grave associado à infecção por covid­-19 em mulheres gestantes, além de um sistema de saúde cronicamente frágil e com deficiências, que no contexto pandêmico, afetaram desde as consultas de pré-­natal nas unidades básicas de saúde, até a assistência aos casos de SRAG nas maternidades do país. Além disso, deve ser ressaltada a contribuição do aumento de óbitos por covid­-19 na elevação da RMM nos últimos dois anos. Conclusão: O aumento da RMM por causa indireta, associado ao cenário epidemiológico ora vigente, expressam a participação dos óbitos por covid­-19 no incremento desse índice. Destaca-­se ainda, que o perfil dos casos fatais é predominantemente de mulheres negras, com menor nível de escolaridade e entre o terceiro trimestre gestacional e puerpério.

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