Fácies, palinologia e icnologia dos depósitos glaciais e pós-glaciais (Neodevoniano-Eocarbonífero), sudoeste da bacia do Parnaíba, região de Pedro Afonso, TO

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

01-01-2011

Título(s) alternativo(s)

Tipo de acesso

Acesso Abertoaccess-logo

Citar como

SILVA, Thiago José Jardim. Fácies, palinologia e icnologia dos depósitos glaciais e pós-glaciais (Neodevoniano-Eocarbonífero), sudoeste da bacia do Parnaíba, região de Pedro Afonso, TO. Orientador: Afonso César Rodrigues Nogueira. 2011. 104 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Geologia) - Faculdade de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2011. Disponível em: http://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/1677. Acesso em:
Os depósitos do Devoniano Superior ao Carbonífero Inferior do sudoeste da Bacia do Parnaíba, representado pelas formações Cabeças e Longá, ocorrem em excelentes exposições na região de Pedro Afonso, estado do Tocantins. A análise faciológica destes depósitos permitiu a individualização de nove litofácies distribuídas em três associações de fácies (AF) distintas: AF1) depósitos subglaciais de alojamento e AF2) frente deltáica, ambos da Formação Cabeças; e AF3) face litorânea inferior (shoreface) a costa afora (offshore) da Formação Longá. A AF1 consiste em: diamictito maciço, composto por grânulos e seixos de composição variada (arenito, quartzito e granito) dispersos numa matriz pelítico-arenosa. O diamictito cisalhado contém fragmentos de arenito de tamanhos variados (desde 1cm até, aproximadamente, 5m de diâmetro), imersos em uma matriz pelítico-arenosa, sendo, as vezes, cortado por falhas normais. Em alguns casos os fragmentos de arenito são contorcidos, internamente exibem planos de deslocamentos inversos, além de foliações subhorizontais. A AF2 é composta por arenitos com geometria lobada e acamamento maciço, e com estruturas do tipo ball-and-pillow. A AF3 é representada por folhelhos e subordinadamente por arenitos finos a grossos e seixosos. Os arenitos grossos seixosos da Formação Longá têm acamamento maciço representando um lag transgressivo. Os folhelhos intercalados com arenitos finos com presença de marcas onduladas, acamamentos wavy e linsen, laminação cruzada, estratificação cruzada hummocky e intensa bioturbação; megamarcas onduladas isoladas (starved megaripples) ocorrem em arenitos grossos. Através do estudo dos componentes particulados orgânicos do diamictito maciço da Formação Cabeças e do folhelho da Formação Longá, identificaram-se algas prasinófitas, acritarcos, esporos, quitinozoários, fitoclastos opacos e não-opacos (não-bioestruturado, bioestruturado e cutículas) e material orgânico amorfo (MOA e resina). Estes componentes corroboram o ambiente costeiro da Formação Cabeças, denominada de palinofácies A. Da mesma forma o ambiente plataformal distal disóxicoanóxico correspondente a Palinofácies B, é confirmado para a Formação Longá. Com base na identificação dos esporos das formações Cabeças e Longá, observou-se que as primeiras localizam-se no Devoniano Superior (Famenniano Médio a Superior), entre as biozonas VH e LN e as últimas se posicionam na transição Devoniano-Carbonífero (Famenniano Superior a Viseano Médio), entre as biozonas LN e NM. O ambiente da Palinofácies B também foi fornecido pela assembléia de icnofósseis da Formação Longá representadas pelas icnoespécies Bergaueria isp., Cruziana isp., Helminthopsis abeli, Lockeia isp. e Palaeophycus isp., sendo característicos da icnofácies Cruziana. A sucessão de fácies estudada revelou que durante o Neodevoniano-Eocarbonífero, no sudoeste da Bacia do Parnaíba, foi implantado um sistema flúvio-deltáico retrabalhado por fases de avanços e recuo de geleiras costeiras (Formação Cabeças). Após a glaciação neodevoniana a sucessão costeiro-glacial foi recoberta por depósitos pós-glaciais marinhos da Formação Longá.

Fonte

1 CD-ROM

Fonte URI