Leucemia linfóide aguda infantil no peculiar contexto amazônico.

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01-01-2011

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CAJADO, Luciana Corrêa de Sena; SILVA, Natália Herculando da. Leucemia linfóide aguda infantil no peculiar contexto amazônico. Orientadora: Rita de C. M. Ribeiro; Coorientadora: Rita de Cássia Matos Carneiro. 2011. 121 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Medicina)-Faculdade de Medicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2011. Disponível em: https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/4909. Acesso em:.
A Leucemia Linfóide Aguda (LLA) é o câncer mais comum da infância, mas seu padrão evolutivo e assistência a que são submetidos os pacientes pediátricos acometidos com a doença ainda são uma incógnita em muitas regiões do mundo – dentre elas, a Amazônia. OBJETIVO: Identificar um perfil local dos pacientes pediátricos diagnosticados com LLA e assistidos por um serviço de referência inserido na Amazônia; descrevê-la enquanto apresentação clínica e laboratorial e analisar a influência de alguns fatores clínico epidemiológicos em três dos possíveis desfechos nessa população: remissão clínica completa, recaída e óbito. MÉTODO: Estudo clínico-epidemiológico observacional, individual, analítico, com desenho retrospectivo do tipo série de casos consecutivos, entre 2003 e 2011. Incluíram-se, no estudo, pacientes com LLA, entre zero e doze anos, admitidos entre janeiro de 2003 e janeiro de 2008, no Setor de Pediatria Oncológica do Hospital Ofir Loyola (HOL). RESULTADOS: Houve 152 pacientes estudados: 62,5% para o sexo masculino e 37,5%, feminino. O pico de incidência foi aos três anos, com média de 5,1 anos. Pardos, brancos, negros, indígenas, amarelos correspondiam a 71,1%, 11,2%, 3,9%, 0,7%, 0,7% e 12,5%, respectivamente. A procedência distribuiu-se em: região metropolitana de Belém (27,6%), interior do Estado do Pará (55,3%) e municípios de outros Estados (16,4%). O tempo despendido entre o inicio dos sintomas e a admissão no HOL foi de, em média, 65,8 dias. À admissão, 8,5% apresentavam infiltração de sistema nervoso central e 1% dos meninos tinha infiltração testicular. Pancitopenia foi o padrão laboratorial mais encontrado, bem como contagens acima de 85% de blastos ao mielograma. Houve maior ocorrência da LLA tipo células B (36,2%) e do subtipo B comum (30,2%). Tratou-se 98% dos pacientes baseando-se em protocolos quimioterápicos e apenas 0,7% submeteu-se a transplante de medula óssea. Os desfechos obtidos foram: óbito durante o tratamento (52%); remissão clinica completa/cura (30,2%); manutenção do tratamento da primeira remissão clinica (5,3%); tratamento de recaída após conclusão do primeiro tratamento (4,6%); tratamento de recaída sem haver concluído o primeiro tratamento (3,9%); abandono (3,3%); transferência (0,7%). Houve associação estatisticamente significante: entre óbito e faixa etária, cor parda, mucosite ao diagnóstico, ausência de dor em membros/osteoarticular à admissão, ausência de mudança de protocolo durante o tratamento, não realização de terapia intratecal, sepse ao longo do tratamento, ocorrência de recaída e tempo prolongado de tratamento; entre recaída, sexo masculino e mudança tardia de protocolo; e entre cura e faixa etária, palidez ao diagnóstico e dor em membros/osteoarticular à admissão, realização de terapia intratecal, não mudar de protocolo, ausência de recaída e maior duração de tratamento. CONCLUSÃO: Sabendo-se das associações estatisticamente significantes relacionadas à apresentação clínica ao diagnóstico, à admissão e ainda frente às condutas e complicações ao longo do tratamento, cabe ao serviço reavaliar propostas de melhoria a assistência a fim de obter melhores resultados no cuidado do câncer infantil na região.

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