Navegando por Assunto "Geophagus argyrostictus"
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Trabalho de Curso - Graduação - Monografia Acesso aberto (Open Access) Ecologia trófica de Geophagus altifrons e G. argyrostictus (Cichliformes: Cichlidae) na área de influência da UHE Belo Monte, rio Xingu, Brasil(2022-07-08) FERREIRA, Giovana Teixeira; MONTAG, Luciano Fogaça de Assis; http://lattes.cnpq.br/4936237097107099; https://orcid.org/0000-0001-9370-6747O rio Xingu é um dos afluentes do rio Amazonas que tem seus ciclos hidrológicos marcados pelos sucessivos eventos de cheias e secas, denominados pulso de inundação. Tal dinâmica hidrológica é um dos principais preditores dos aspectos ecológicos dos peixes amazônicos, como, por exemplo, os alimentares. Apesar de bem documentado, o efeito do pulso de inundação não é amplamente conhecido para uma importante fração da ictiofauna. Sendo assim, nosso objetivo nesse trabalho foi avaliar a influência dos períodos hidrológicos na ecologia alimentar de Geophagus altifrons e G. argyrostictus na região da Volta Grande do Xingu, região sob influência da UHE Belo Monte. A fim de entender a influência da vazão na ecologia alimentar das espécies, nós analisamos a composição e intensidade alimentar, além da amplitude e sobreposição de nicho ao longo dos períodos hidrológicos. Realizamos coletas mensais no período de dezembro/2020 a novembro/2021, utilizando malhadeiras. Após a captura, os peixes foram medidos, pesados e tiveram o trato digestivo removidos. Em laboratório, o conteúdo do trato digestivo dos espécimes foi analisado, onde os itens alimentares eram identificados e pesados. Os dados foram submetidos ao Índice de Importância Alimentar (IAi%), onde a dieta de G. altifrons foi composta principalmente por sedimento (60,7%), plantas terrestres (31,4%) e insetos aquáticos (6,5%), enquanto que G. argyrostictus se alimentou de sedimento (90,6%) e plantas terrestres (6,3%). Porém, evidenciamos diferenças na composição da dieta entre os períodos hidrológicos para ambas os grupos, principalmente quando comparamos a dieta entre os períodos de águas alta (cheia e enchente) e águas baixas (vazante e seca). Esse resultado também refletiu na amplitude de nicho dos indivíduos, indicando dietas mais variadas durantes períodos de águas altas. Soma-se a isso a análise da sobreposição alimentar, a qual é maior em períodos de menor vazão. Por fim, a intensidade alimentar dos espécimes analisados se manteve estável em todos os períodos. Os resultados evidenciaram estratégias alimentares distintas de ambas os espécimes entre os períodos hidrológicos, ressaltando a importância do pulso de inundação na ecologia de Geophagus. Destacamos, ainda, que os efeitos da desregulação da dinâmica hidrológica do rio Xingu estão longe de serem esclarecidos, e que os resultados obtidos no presente estudo podem contribuir com novas e importantes informações ecológicas sobre o comportamento dos espécimes de Geophagus no pós-barramento.