Currículo de graduação em educação física: o desenho universal como princípio para a inclusão nas aulas de educação física

Trata-se de estudo sobre o currículo de vinte cursos de Educação Física, nas melhores instituições de ensino superior do Brasil, de acordo com ranking Universitário Folha (2017). Tem como objetivos analisar como os referidos cursos trabalham a inclusão em seus currículos; analisar se o conceito de inclusão no currículo dos cursos analisados respeita os princípios do Desenho Universal para Aprendizagem; e propor caminhos que favoreçam o estabelecimento da inclusão no currículo da educação física, de acordo com os princípios do Desenho Universal para a aprendizagem. Em relação à metodologia da pesquisa, adotamos como orientação teórica a abordagem qualitativa, e como estratégia de investigação o estudo bibliográfico, que nos permitiu refletir sobre este fenômeno, a partir das ementas das disciplinas dos referidos cursos, disponíveis no site das instituições investigadas. Para tal, realizamos o mapeamento das ementas das disciplinas voltadas para a temática da inclusão e categorizamos como a inclusão é abordada em tais cursos. Recorremos à análise de conteúdo de Bardin (2011) para tratamento dos dados; e aos conceitos de campo em Bourdieu (1989, 1996, 2003 e 2014); Desenho universal em (CARLETTO; CAMBIAGHI, 2016); e (CAST, 2011) enquanto aporte teórico. Os resultados nos revelam que, ainda que os cursos analisados percebam a inclusão pela ótica da acessibilidade, nenhuma disciplina ofertada, nos vinte cursos de Educação Física brasileiros, constantes no universo desta pesquisa, desenvolvem a inclusão na perspectiva do Desenho Universal, focam apenas a questão das deficiências físicas, o que ratifica a importância de uma reestruturação curricular no sentido de transversalizar de fato a inclusão e não apenas em favor de alunos com deficiência, mas sim contemplando toda a diversidade presente no ambiente escolar.