Estudo de viabilidade para construção de uma realidade virtual para o Arquivo Público do Estado do Pará

Os arquivos, bem como seus acervos, podem se beneficiar da Realidade Virtual como forma de disseminação. De forma especial, os museus se destacam no uso desta tecnologia para aproximar o público do acervo, algo que pode ser também relacionado aos arquivos. Especialmente em localidades distantes dos grandes centros urbanos, a Realidade Virtual pode ser fator-chave para a inserção estas populações no circuito cultural e científico - contexto que o estado do Pará está inserido não só pela sua dimensão geográfica, mas também pela dificuldade de trânsito, devido à boa parte de seu território ser formado pela Floresta Amazônica. Apesar de os acervos da capital Belém serem de fácil acesso - por se tratar de uma região metropolitana – se deve considerar o tamanho continental do país, fazendo o custo de trânsito entre as regiões algo impeditivo ou dificultoso aos pesquisadores e, principalmente, estudantes brasileiros. O objetivo da pesquisa é realizar um estudo de viabilidade para propor um modelo preliminar de estrutura para a criação de um ambiente virtual similar ao físico de uma instituição arquivística que permita ao usuário experienciar uma simulação da realidade. O universo de pesquisa estudado são as instituições arquivísticas e suas inserções no ambiente virtual. Como amostra, demarcou-se o Arquivo Público do Estado do Pará para estrutura física. Para ambientes virtuais, pesquisou-se a possibilidade de uso de dispositivos de Realidade Virtual e modelos já disponíveis aplicados em outros espaços virtuais. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa e de natureza aplicada. Quanto aos objetivos, é descritiva com procedimento de pesquisa exploratória e está dividido em três etapas. A primeira traz um levantamento de características de espaço físico com o objetivo de definir as características do ambiente do Arquivo Público do Estado do Pará. Na etapa seguinte, analisam-se estudos computacionais sobre Realidade Virtual, uso de software e hardware, formas de interação, imersão e envolvimento do usuário, o ambiente 3D e sua integração com o mundo virtual - todo o sistema que um local físico poderia implementar. Na terceira etapa, debate-se a possibilidade de criação e a inserção de um arquivo virtual, utilizando procedimentos tecnológicos delimitados na segunda etapa. Os resultados demonstram que, apesar de poucos estudos deste tipo de aplicação, o Arquivo Público do Estado do Pará pode, em princípio, aplicar a Realidade Virtual por meio do uso de uma câmera de 360º, transformando as capturas em um vídeo não interativo em plataformas de divulgação online. Em um segundo momento, poderá utilizar as capturas para a construção de ambientes interativos. Conclui-se que é ainda um processo preliminar e carece de estudos que se debrucem na aplicação da Realidade Virtual nestes ambientes.