Infância violada: violência sexual narrada pela mídia impressa paraense

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01-01-2018

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COSTA, Euriane Castro. Infância violada: violência sexual narrada pela mídia impressa paraense. Orientadora: Vera Lúcia de Azevedo Lima. 2018. 76 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Enfermagem) - Faculdade de Enfermagem, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2018. Disponível em: http://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/1693. Acesso em:.
Introdução: A violência sexual contra crianças é definida como o envolvimento de uma criança em atividade sexual que a mesma não compreende totalmente, não apresenta capacidade para dar seu consentimento informado ou para o qual a criança, por seu desenvolvimento, não está preparada e não pode consentir ou que viola as leis ou tabus sociais. Elas vivenciam a violência em todas as fases da infância e da adolescência, em diversas configurações, e frequentemente pelas mãos de pessoas em quem confiam e com quem interagem diariamente. Objetivo: Analisar a violência sexual contra crianças narrada pela mídia impressa paraense na região metropolitana de Belém. Método: Trata-se de estudo do tipo documental, descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa. Foram consultadas edições do jornal O Liberal, publicadas nos anos de 2015 a 2017, com notas sobre a violência sexual contra crianças ocorridas na Região Metropolitana de Belém. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva, apresentados em forma de tabelas. Resultados: Foram consultados 1.095 exemplares do jornal O liberal, relativos aos meses de janeiro a dezembro dos anos de 2015 a 2017 sendo selecionado um total de 225 notas que relatam a violência contra criança em todo Brasil, onde 42 referem-se à violência sexual contra criança na região metropolitana de Belém. Constatou-se que Belém lidera com (64,29%) dos casos, seguido de Ananindeua com (16,67%). Os bairros da capital paraense ganham destaque: Benguí, Guamá, Marambaia, Outeiro e Tenoné, como os mais violentos. Verificou-se que a maioria dos eventos ocorreu nos grupos etários entre 10 a 12 anos (43,58%), com predominância no sexo feminino. Verificou-se que (42,42%) dos episódios de violência foram perpetradas por pessoas conhecidas e, (15,15%) eram por padrasto, e se somarmos pessoas da família (Padrasto, pai, irmão, primo, sobrinha) temos (27,27%) dos eventos. Houve a predominância nos casos de estupro de vulnerável (52,38%). Sobre o local de ocorrência a residência da vítima (43,24%) como o local de maior ocorrência de violência, seguido da casa do abusador (16,22%). Conclusão: Concluiu-se que a violência sexual contra criança na região metropolitana de Belém, com base no conteúdo de notícias veiculadas pelo jornal O Liberal, é construída no ambiente doméstico, perpetrada por pessoas do sexo masculino, e com vinculo familiar, com forte marca da desigualdade de gênero, quando 96% dos casos são meninas, sendo violadas e tipificadas em estupro de vulnerável e que moram nos bairros da periferia de Belém. E que além de se formar uma realidade dolorosa, acarretando enormes prejuízos ao crescimento e desenvolvimento desse público, podendo ser curto, médio e longo prazo e provocando desordem física, psicossocial que se reflete na vida adulta. Neste contexto, o enfermeiro é o profissional com maior presença no cenário de cuidar, precisa estar preparado para atuar, precisa saber realizar ações de identificação, prevenção, orientação, assistência às vítimas e notificação do agravo.

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