Fácies e petrografia da sucessão jurássica superior (formação Pastos Bons) da bacia do Parnaíba, região de Floriano – PI

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30-09-2016

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CARDOSO, Alexandre Ribeiro. Fácies e petrografia da sucessão jurássica superior (formação Pastos Bons) da bacia do Parnaíba, região de Floriano – PI. Orientador: Afonso César Rodrigues Nogueira. 2016. 81 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Geologia) - Faculdade de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2016. Disponível em: https://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/2725. Acesso em:.
A fragmentação do supercontinente Gondwana durante o Triássico Superior ao Jurássico foi marcada por mudanças climáticas intensas, concomitantes à implantação de extensos sistemas desérticos/lacustres. Esses depósitos sucedem a colocação e extrusão de derrames vulcânicos, relacionados à fase pré-rift e abertura inicial do Oceano Atlântico Equatorial. Parte destes eventos está registrada na Formação Pastos Bons, exposta principalmente na porção sudeste da Bacia do Parnaíba, Nordeste do Brasil. As facies sedimentares foram agrupadas em duas associações de facies (AF), representativas de um ambiente lacustre. A associação de facies lacustre central (AF1) é composta por pelitos laminados, ritmitos arenito/pelito e arenito com laminação plano-paralela. Turbiditos distais (AF2) consistem em arenitos com laminação cruzada cavalgante supercrítica, arenitos com estratificação plano-paralela, arenitos maciços e arenitos com estruturas deformacionais. A AF1 foi gerada nas porções mais profundas dos lagos, caracterizadas por baixa energia, com influxos fluviais esporádicos. A AF2 sugere fluxos gravitacionais retrabalhados por fluxo combinado. Este conjunto esteve, provavelmente, ligado a um sistema de flysch-like delta front, alimentado por canais fluviais efêmeros, em fluxos hiperpicnais. A instalação dos lagos Pastos Bons foi controlada por áreas subsidentes, provavelmente, depocentros restritos. O predomínio de facies siliciclásticas e o contato lateral com o sistema desértico úmido da Formação Corda evidenciam uma atenuação climática, que gerou condições favoráveis à atividade biológica. Petrograficamente, os arenitos desta unidade podem ser classificados como subarcósios, com grãos de areia fina a média, subangulosos, bem a moderadamente selecionados. A diagênese destas rochas abrangeu os estágios eo- e mesodiagenético, com compactação mecânica, cimentação de dolomita e óxido de Fe e geração de poros secundários. As análises de difração de raios-X apontam, principalmente, esmectita e alto teor de feldspatos, que coadunam um clima árido a semiárido, com intemperismo químico incipiente. A assembleia de minerais pesados é caracterizada pela abundância a superabundância de minerais estáveis, o que evidencia a alta maturidade mineralógica destes depósitos. Apesar da pequena espessura e da distribuição restrita, a Formação Pastos Bons pode servir como um guia estratigráfico, uma vez que indica porções subsidentes no supercontinente Gondwana Oeste, anteriormente à ruptura continental pós-Jurássico.

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