Perfil epidemiológico da malária em Cametá/Pará

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01-07-2019

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ARAGÃO, Anderson Júnior dos Santos. Perfil epidemiológico da malária em Cametá/Pará. Orientadora: Dirce Nascimento Pinheiro. 2019. 91 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Enfermagem) - Faculdade de Enfermagem, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2019. Disponível em: https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/2977. Acesso em:.
A malária é uma protozoose caracterizada mundialmente como um dos mais sérios problemas de saúde pública, em virtude de permanecer como uma das mais importantes causas de morbimortalidade nas regiões tropicais do mundo. Este trabalho objetivou caracterizar o perfil epidemiológico da malária em Cametá/PA, no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2018. Do ponto de vista metodológico, o presente estudo se enquadra como uma retrospectiva documental e transversal de cunho quantitativo, sendo realizada no município de Cametá/Pará, situado na Região de Saúde Tocantins. A pesquisa ocorreu vinculada ao Centro Municipal de Saúde Dr. Ângelo Corrêa e o recrutamento da amostra ocorreu por meio da análise dos dados disponíveis no SIVEP-Malária. No período de 2015 a 2018 foram realizados no município de Cametá 22.323 exames para diagnóstico da malária, dos quais 39,19% (8.750/22.323) deram positivo para Plasmodium Sp. Destes, 87,71% (7.675/8.750) ocorreram em 2018 e 12,21% (1.069/8.750) em 2017. Do total de 8.750 casos registrados, 7.794 (89,07%) foram autóctones. Referente a espécie de Plasmodium infectante, 99,97% (8.748/8.750) dos casos de malária foram causados por P. vivax, enquanto 0,02% (2/8.750) resultaram de infecções por P. falciparum. Não houve casos registrados de infecções decorrentes de P. malariae, P. ovale e P. Knowlesi. No que concerne ao sexo, 60,66% (5.308/8.750) dos casos notificados eram homens enquanto 39,32% (3.442/8750) eram mulheres. O grupo etário mais acometido por malária compreende os indivíduos com idade adulta, seguido de adolescentes, crianças e idosos. A porcentagem de crianças menores de 5 anos e idoso acometidos por malária foi 17,48% (1.530/8.750). Destes 52,61% (805/1.530) eram crianças enquanto 47,38% (725/1.530) eram idosos. Dentre as mulheres acometidas por malária em Cametá, 127 (3,68%) estavam gravidas. Destas, 23,62% (30/127) estavam no primeiro trimestre gestacional, 34,64% (44/127) encontravam-se no segundo trimestre e 37% (47/127) no terceiro. A ocorrência de malária anual é perene, sendo que a incidência de casos se eleva em meses menos chuvosos que compreendem o chamado “verão amazônico”, com pico de incidência em julho, agosto e setembro. A menor incidência de malária é constatada nos meses de fevereiro, março e abril, que apresentam volumes maiores de chuva. Referente a incidência parasitária anual, no ano de 2018 esta foi equivalente a 59,0 casos a cada 1000 habitantes, classificando Cametá como alto risco de transmissão, sendo as localidades de Inacha, Juaba, Marco da Légua, Jaçapetuba, Torres, Livramento, Maranhão, Arumau 1, Vila Conceição e Matias as que apresentaram maior incidência no município. Esses dados evidenciam o quadro epidemiológico preocupante da malária no município de Cametá em conformidade com seu alto potencial epidêmico resultante da interação de fatores de natureza biológica, ambiental, socioeconômica e cultural, visto que a existência do vetor torna uma área vulnerável a transmissão quando da presença de um homem infectado e portador de gametócitos.

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