Ensino fundamental e as relações de sociabilidades: os adolescentes e a diversidade na escola

Este artigo objetiva analisar as relações de sociabilidades estabelecidas entre 175 (cento e setenta e cinco) adolescentes, em duas escolas da rede pública estadual de Ensino Fundamental de Belém – PA. Para a análise pretendida, utilizamos das noções conceituais de violência simbólica, hierarquia e habitus, em Pierre Bourdieu (1996, 2002, 2010), e representação, em Roger Chartier (1991, 1982). No que tange à literatura especializada sobre relações sociais, sociabilidades adolescentes e relações étnico-raciais, adotamos as formulações de Nicelma Soares (2010), Wilma Coelho; Mauro Coelho (2016), Wilma Coelho; Carlos Silva (2015; 2017; 2018; 2019). As formulações conceituais de Laurence Bardin (2010), Marli André (2003) e Heraldo Vianna (2003), auxiliaram no trato e sistematização dos dados, etnografia escolar e observações. Inferimos que os estudantes têm, nas redes sociais, a centralidade da sua atenção, inclusive no estabelecimento e no rompimento das relações de sociabilidades. A centralidade das atenções sobre as redes sociais assume o foco do interesse na experiência escolar, cujo conteúdo veiculado por meio dela, assume lugar secundário diante das redes de sociabilidades, pois esses estudantes pensam no hoje. Os investimentos pedagógicos da escola divergem dos interesses demandados pelos estudantes.