Análise evolutiva das características do eletrocardiograma e do ecocardiograma na doença de chagas

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01-01-2019

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GUSMÃO, Flávia Ataíde; VALE, Gabriela da Silva. Análise evolutiva das características do eletrocardiograma e do ecocardiograma na doença de chagas. 2019. Orientadora: Dilma do Socorro Moraes de Souza. 41 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Medicina) - Faculdade de Medicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2019. Disponível em:https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/3150. Acesso em:.
A doença de Chagas faz parte das treze doenças tropicais mais negligenciadas no mundo, ocupando a terceira posição em relação às taxas de morte. A Amazônia, que sempre foi área de baixo risco para transmissão da doença de Chagas vem apresentando um aumento no número de casos. O quadro clínico da fase aguda pode apresentar diversas manifestações, como febre, edema subcutâneo, anemia, linfonodomegalia, hepatomegalia, esplenomegalia, megaesôfago e megacólon, além de miocardite, assim como formas oligossintomáticas. Na maioria dos casos, a miocardite aguda inicia-se entre 15 a 20 dias de doença. Os principais sinais e sintomas são a dispneia, palpitações, taquicardia e, eventualmente, dores precordiais, simulando infarto do miocárdio. A miocardite é uma das complicações mais frequentes, devendo os exames eletrocardiográfico e ecocardiográfico serem realizados imediatamente após o diagnóstico e seriados, a curto prazo, na busca de sinais de comprometimento cardíaco, dada a transitoriedade de algumas manifestações. O presente trabalho de conclusão de curso tem por objetivo analisar o comportamento evolutivo das variáveis do eletrocardiograma e a função ventricular em um período de 2 anos após a infecção inicial, utilizando o método de estudo observacional do tipo série de casos, realizado no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB). Para análise populacional, foram avaliados prontuários dos pacientes ambulatoriais e internados, no período de 2006 a 2013, de diferentes faixas etárias, por dois observadores especialistas em cardiologia e cegos para o estudo. O N da pesquisa foi de 58 pacientes, os critérios de inclusão referem-se ao exame parasitológico positivo para doença de Chagas aguda, excluídos prontuários incompletos. Diante disso, foi evidenciado a prevalência semelhante entre os gêneros, cada um com 29 indivíduos (50%), sendo a maioria com idade média de 40 anos, provenientes do interior paraense. As alterações eletrocardiográficas demonstraram a diminuição da Frequência Cardíaca (FC) ao longo do tempo. Isto porque a média da FC inicial na fase aguda da doença (T=0), consistia em 77 bpm, declinando significativamente para 70 bpm após 2 anos da fase aguda (T=2), P-valor = 0,019. Em relação à alteração do Intervalo PR, do Espaço PR, da duração do QRS e do QTC ao longo do tempo, os resultados estatísticos não mostraram modificações (P-valor > 0,05). No aspecto qualitativo, a análise da onda T, arritmias supraventriculares, arritmias ventriculares e eixo, não se verificou alterações significativas que se mantivessem no decorrer da análise. No que concerce ao ecocardiograma, foram avaliados os seguintes parâmetros: diâmetro sistólico, diastólico, do septo interventricular, da parede posterior, tamanho do átrio esquerdo e fração de ejeção, porém não demonstraram variação significativa ao longo do tempo (P- valor > 0,05). Portanto, foi observado que o achado mais relevante esteve na diminuição da FC após dois anos da fase aguda e, posteriormente, que as alterações da repolarização ventricular persistiram desde a fase aguda até o primeiro ano de análise do eletrocardiograma em 4 pacientes e até o segundo ano de análise em 3 pacientes, porém não tiveram correlação com a função ventricular pelo ecocardiograma, o qual permaneceu normal, demonstrando que o eletrocardiograma é o marcador clínico mais sensível para análise evolutiva do grupo de pacientes.

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