Biomarcadores de poluição em camarões Macrobrachium amazonicum (Decapoda: Palaemonidae) oriundos de região Amazônica com histórico de contaminação por arsênio

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Data

19-02-2016

Orientador(es)

AMADO, Lílian Lund Lattes

Coorientador(es)

LUCZYNSKI, Estanislau Lattes

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Citar como

FERREIRA, Johnata Azevedo. Biomarcadores de poluição em camarões Macrobrachium amazonicum (Decapoda: Palaemonidae) oriundos de região Amazônica com histórico de contaminação por arsênio. Orientadora: Lílian Lund Amado. 2016. 56 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Oceanografia) - Faculdade de Oceanografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2016. Disponível em: http://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/890. Acesso em:.
A exploração de manganês na localidade de Serra do Navio (AP), seu transporte até a cidade de Santana (AP) e o beneficiamento do minério na região foram fatores que levaram à liberação de grandes quantidades de arsênio (As) para o sistema hídrico adjacente. Este trabalho tem como objetivo avaliar biomarcadores bioquímicos: atividade da glutationa S-transferase (GST), capacidade antioxidante total contra radicais peroxil (ACAP) e o conteúdo de lipídeos peroxidados (LPO) em animais residentes em locais com histórico de contaminação por As, utilizando camarões da espécie Macrobrachium amazonicum como organismos biomonitores. Neste estudo, os organismos foram capturados em Agosto de 2013 (Estiagem; ET) e março de 2014 (chuvoso; CH) em três pontos com distintos históricos de contaminação por As: foz do rio Amazonas, comunidade do Elesbão – AP (local com histórico de contaminação de As), rio Beija-flor, Mazagão- AP (afluente do rio Amazonas, situado a 16 km do local historicamente contaminado) e rio Campumpema, Abaetetuba – PA (afluente do rio Pará, local sem histórico de contaminação por As e localizado a cerca de 100 km do primeiro sítio). Os camarões foram capturados com o auxílio de matapis, imediatamente crioanestesiados. Em seguida, foram dissecados sendo separadas as brânquias e o músculo para as análises bioquímicas. Também foram coletadas amostras de água para a análise do conteúdo de arsenito (AsIII) e arsenato (AsV), em todos os pontos de coleta dos animais. Na análise da água só foi encontrada a presença de Asv, com maiores concentrações de Asv na água no CH em relação ao ET. Pode-se notar um gradiente de concentração de Asv na água, onde há um aumento de Asv do ambiente referência (Campumpema) em direção aos ambientes contaminados (Beija-flor e Amazonas). Em relação aos biomarcadores, os resultados mais relevantes foram encontrados nas brânquias dos camarões. Neste órgão, a capacidade antioxidante total (ACAP) não apresentou diferenças significativas entre os locais amostrados no período de estiagem. No entanto, no período chuvoso foi maior nos animais dos ambientes mais contaminados, em relação ao período de estiagem. A atividade da GST no período de estiagem foi menor nos organismos dos ambientes com maiores teores de As na água. No período chuvoso a atividade desta enzima de detoxificação foi induzida apenas nos animais coletados no ambiente mais próximo ao local de beneficiamento de Mn. Quanto à lipoperoxidação, tanto no período de estiagem como no chuvoso, ela foi menor nos animais de Beija-flor, tendo havido um aumento deste dano oxidativo nos animais dos rios Campumpema e Amazonas do período de estiagem para o período chuvoso. Pode-se concluir que durante o período chuvoso, quando ocorre um aumento da concentração de AsV na água, os organismos dos ambientes contaminados conseguiram induzir respostas antioxidantes. Os camarões de Beija-flor apresentam uma maior capacidade de detoxificação em relação aos demais pontos, representando os menores níveis de LPO, tanto no período chuvoso como no de estiagem, provavelmente em resposta à uma exposição mais prolongada aos contaminantes devido à menor hidrodinâmica deste corpo d´água.

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