Os basaltos de fundo oceânico e rochas associadas da Região sul da Serra do Tapa - Cinturão Araguaia, sudeste do Pará

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10-04-2013

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BARROS, Luisa Dias. Os basaltos de fundo oceânico e rochas associadas da Região sul da Serra do Tapa - Cinturão Araguaia, sudeste do Pará. Orientador: Paulo Sergio de Sousa Gorayeb. 2013. 86 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Geologia) - Faculdade de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2013. Disponível em: https://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/2424. Acesso em:.
No norte do Cinturão Araguaia, na região conhecida como Serra Tapa, nos municípios de Sapucaia e Xinguara, sudeste do Estado do Pará próximo à divisa com o Estado do Tocantins, estão expostos um dos maiores corpos mafico-ultramáficos alongados na direção N-S, que compreende fragmentos preservados da litosfera oceânica do Neoproterozoico do Cinturão Araguaia. A Associação Serra do Tapa é constituída por um conjunto de rochas que compreendem metabasaltos com marcantes estruturas em almofadas, associados com formações ferríferas bandadas, metacherts, silexitos ricos em hematita e/ou magnetita além de metaperidotitos/dunitos serpentinizados, embutidos tectonicamente nas rochas metassedimentares de baixo grau metamórfico, pertencentes ao Grupo Tocantins. A associação dessas rochas é mundialmente interpretada como representação de assoalhos oceânicos e porções do manto superior, denominados de ofiolitos. A partir da descoberta desses corpos no Cinturão Araguaia, a pesquisa abordou quatro ocorrências de metabasaltos almofadados com rochas metassedimentares químicas associadas. Os metabasaltos exibem estruturas em almofadas e apresentam algumas variações tipológicas aqui descritas. Trata-se de um conjunto de derrames com frentes de extravasamento de lavas em ambiente de fundo oceânico, em que posteriormente foram deformadas, transformadas em baixo grau metamórfico, que ainda preserva suas características magmáticas originais. Os basaltos almofados apresentam um zoneamento, em que o núcleo é definido por um basalto maciço de cor marrom esverdeado, afanítico, com textura intersertal composta essencialmente por cristais ripiformes de plagioclásio, clinopiroxênio e vidro vulcânico. Basaltos hipovítreos ocupam a zona de borda de cor verde amarelada, afaníticos e apresentam texturas de resfriamento ultrarrápido como esferulitos, cristais aciculares e radiais de plagioclásio, além de texturas tipo “rabo de andorinha” e seções ocas destes cristais. Os hialoclastitos , nas zonas mais externas, representam brechas de superfícies de derrames basálticos. Finalmente, vidros basalticoss constituem a superfície dos derrames (zona interalmofada) de cor verde escura. Essas rochas ocorrem como camadas e corpos alongados preferencialmente na direção NE-SW com mergulhos suaves para ESE. Os basaltos estão fracamente metamorfisados e a paragênese (Ab + Act + Cl + Ep ± Stp) foi estabilizada em condições da fácies xisto-verde. Estudos mineralógicos complementares de difração de raios-X e MEV foram feitos a fim de caracterizar melhor os minerais constituintes dessas rochas. As formações ferríferas bandadas, caracterizadas como jaspilitos e cherts correspondem à unidade sedimentar química de ambiente oceânico marinho profundo, constituindo a porção superior desta suíte ofiolítica e apresentam porções recristalizadas indicando, também, que foram metamorfisadas. Estas rochas ainda preservam suas estruturas sedimentares primárias como bandamento e laminações plano-paralelas compostas por jaspe ou chert e hematita. Os estudos petrográficos, geoquímica dos basaltos e uso de diagramas geoquímicos revelam a natureza dessas rochas que permitem interpretar como um magmatismo oceânico tipo N-MORB. Considerando os dados de campo, petrográficos, litoquímica e o conhecimento acumulado na literatura sobre estes corpos conclui-se que estes basaltos em associação com peridotitos serpentinizados, jaspilitos e cherts representam frações de uma litosfera oceânica antiga representando um ambiente de fundo oceânico onde se desenvolveu um vulcanismo exalativo e extrusões submarinas de um magma basáltico toleítico durante o estágio inicial de oceanização da Bacia Araguaia, durante o Neoproterozoico. Posteriormente foi obductada e fracamente metamorfisada durante processos de inversão do Cinturão Araguaia, ao longo de zonas de cavalgamento com transporte em direção ao Cráton Amazônico.

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