Caracterização espaço-temporal da atividade pesqueira de pargo através de dados de desembarque da região estuarina do Rio Caeté, Bragança, Pará

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07-02-2009

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JIMENEZ, Érica Antunes. Caracterização espaço-temporal da atividade pesqueira de pargo através de dados de desembarque da região estuarina do Rio Caeté, Bragança, Pará. Orientador: Cesar França Braga. 2009. 75 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Oceanografia) – Faculdade de Oceanografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2009. Disponível em: http://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/870. Acesso em:.
Caracterizou-se a atividade de larga escala do pargo através de dados de desembarques dos portos do estuário do Caeté durante o período de jun/00 a jun/01. Os dados foram coletados sob a forma de um censo através de questionários aplicados aos pescadores nos principais portos da região bragantina. Posteriormente os dados foram tratados estatisticamente através de análises de variância paramétricas ou não-paramétricas, dependendo se cumpridos ou não os pressupostos de normalidade e homocedasticidade. Registrou-se 47 embarcações de larga escala atuando na captura de pargo, sendo 39 barcos de médio porte e 8 industriais. Contabilizou-se um total de 143 desembarques, todos em Bacuriteua e Bragança, sendo que 65,03% ocorreram em Bacuriteua, possivelmente por estar situado mais próximo à saída do estuário, diminuindo custos e tempo de retorno às pescarias. Registrou-se que 63,83% das embarcações eram originárias do Ceará, principalmente barcos de médio porte, dos quais 63% procederam de Camocin (CE), confirmando o deslocamento das frotas em direção ao norte do Brasil em busca de pesqueiros mais promissores. Durante o período estudado a produção total desembarcada foi de 520,219 toneladas de pargo, destacando-se a atuação dos barcos de médio porte, os quais foram responsáveis por 65,73% do total de desembarques. A captura de pargo foi realizada com as artes de pesca caícos e bicicletas, sendo esta ultima responsáveis por 89,90% do total desembarcado. A reduzida utilização dos caícos está associada à baixa qualidade do pescado capturado com este tipo de arte. A maior parte da produção desembarcada foi proveniente da costa do Amapá. Isto porque o esforço de pesca tende a se concentrar nas áreas onde a densidade é mais elevada. Esse fato está associado à Corrente Norte do Brasil, que transporta parte da descarga do rio Amazonas para a costa deste estado. Tanto no período seco quanto no chuvoso as capturas se concentraram na costa do Amapá, com apenas alguns locais isolados de pesca na costa paraense. Os índice de CPUE não apresentaram diferenças significativas entre os meses, indicando que este recurso ocorre durante todo o ano, com pico de captura no mês de junho. O aumento da produção a partir de maio até agosto coincide com o período em que os cardumes encontram-se mais próximos da superfície. Os menores volumes desembarcados corresponderam aos meses de janeiro e abril, período em que os cardumes encontram-se em zonas mais profundas ocasionando uma maior duração das viagens e, consequentemente, um menor número de desembarques. Assim, quando as embarcações retornam das pescarias pôde-se notar picos de alta produção (meses de fevereiro, março e maio). Estimou-se que a produção de pargo, no período estudado, gerou uma receita de R$ 2.090.299,50, o que demonstra a alta rentabilidade da pesca de larga escala deste recurso na região bragantina. As capturas realizadas na costa do Amapá foram responsáveis por 94,32% (R$ 1.971.513,00) do rendimento total. O valor médio de mercado do kg do pargo foi de R$ 4,02, não apresentando grandes variações ao longo do período estudado.

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