Análise de biomarcadores bioquímicos em peixes provenientes de regiões com histórico de contaminação por arsênio na foz do rio Amazonas

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Data

01-01-2016

Orientador(es)

AMADO, Lílian Lund Lattes

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SILVA, Tamyris Pegado de Souza e. Análise de biomarcadores bioquímicos em peixes provenientes de regiões com histórico de contaminação por arsênio na foz do rio Amazonas. Orientadora: Lílian Lund Amado. 2016. 53 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Oceanografia) - Faculdade de Oceanografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2016. Disponível em: https://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/2724. Acesso em:.
Os estuários são componentes importantes da zona costeira e a poluição dos mesmos é considerada um problema ambiental crítico. O Porto de Santana/AP está localizado às margens do rio Amazonas e era o ponto de chegada do minério de manganês extraído na Serra do Navio/AP. Os rejeitos deste minério foram descartados numa lagoa artificial liberando arsênio para o ambiente. Este metaloide pode ser um gerador de espécies reativas de oxigênio e gerar estresse oxidativo nos organismos expostos a ele. Os biomarcadores podem ser úteis para determinar o grau de impacto na saúde da biota. O objetivo do trabalho foi avaliar e relacionar as análises de biomarcadores bioquímicos no fígado de peixes da espécie Propimelodus eigenmanni com a especiação do arsênio na água. Foram realizadas quatro coletas: Chuvoso 1, Menos chuvoso 1, Menos chuvoso 2 e Chuvoso 2 em dois rios com histórico de contaminação antrópica por arsênio, localizados no Amapá (Beija-flor e Amazonas) e em um rio no Pará (Campumpema) sem histórico de contaminação antrópica direta por esse metaloide. Os peixes foram coletados através de pesca com anzol, crioanestesiados, foi realizada a biometria (peso, comprimento padrão e comprimento total) e o fígado foi dissecado e armazenado em freezer -80oC para as dosagens de biomarcadores. As variáveis abióticas foram mensuradas através de um aparelho multiparâmetro e a água para a dosagem das espécies inorgânicas de As foi coletada em tubos Falcons e armazenadas a 4ºC. Além da análise de especiação do arsênio na água foram analisados nos peixes dois biomarcadores de exposição, a glutationa-S-transferase (GST) e a capacidade antioxidante total contra radicais peroxil (ACAP), e um biomarcador de efeito, lipoperoxidação (LPO). As análises estatísticas foram realizadas através de ANOVA two-way seguida por teste post-hoc (Tukey) e o nível de significância adotado foi de 5%. No caso da biometria foi realizado o teste não-paramétrico Kruskal-Wallis. O arsenato foi a única forma de arsênio inorgânico encontrada na água. As concentrações de arsenato foram maiores nos rios Beija-flor e Amazonas e menores no rio Campumpema. A atividade da GST e a LPO não apresentaram diferenças entre os indivíduos de P. eigenmanni dos rios Campumpema e Beija-flor e entre os períodos amostrados. A falta de indução da enzima de detoxificação pode estar relacionada ao fato de que há a possibilidade das brânquias metabolizarem os poluentes antes de atingirem o fígado, enquanto a exposição crônica pode explicar a ausência de alteração nos níveis de LPO. No mês menos chuvoso 1, nos organismos do rio Amazonas, a atividade da GST apresentou um aumento sendo acompanhada pela diminuição do LPO, provavelmente devido ao maior valor de arsenato neste rio durante o período em questão. Os peixes não apresentaram qualquer diferença no ACAP, levando a inferir que a quantidade de arsênio aos quais os organismos estão expostos não está sendo suficiente para induzir sua capacidade antioxidante total. Apesar de o arsênio estar em uma de suas formas biodisponíveis e tóxicas, na grande maioria dos períodos analisados, o balanço redox dos organismos não está sendo alterado pelos xenobióticos presente no ambiente, incluindo o arsenato.

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