Geologia ambiental e sedimentologia do estuário do rio dendê, Barcarena (Pará)

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01-02-2012

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ALVES, Igor Henrique Coelho. Geologia ambiental e sedimentologia do estuário do rio dendê, Barcarena (Pará). 2012. 135 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Geologia) - Faculdade de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2012. Disponível em: http://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/1897. Acesso em :.
Neste trabalho são apresentadas as características hidrodinâmicas, sedimentológicas, geomorfológicas, físico-químicas, fisiográficas e mineralógicas do estuário do rio Dendê, um pequeno afluente pela margem direita do rio Pará, que nasce no Baixo Platô Costeiro ou Terra Firme, a partir da interseção da topografia local com a zona saturada de água subterrânea dos sedimentos do Grupo Barreiras, aproximadamente 10 metros acima do nível médio das marés, no município de Barcarena, no Estado do Pará. O Estuário do rio Dendê é do tipo “vale afogado”, normal, bem misturado, tendo sua circulação controlada tanto pelo rio quanto pelas fortes correntes das marés locais, que são semi-diurnas e variam de amplitude, mensal e sazonalmente, entre 2,5m e um máximo em torno de 3m, sendo que as maiores ocorrem durante os períodos de sizígias e equinócios. Os processos de transporte sedimentar e de deposição na foz do Estuário do rio Dendê geram barras de desembocadura, em pontal e “sandwaves” (bancos de areia) de dimensões métricas, sobre a superfície das quais se desenvolvem marcas onduladas simétricas de médio porte. Referidos bancos arenosos se encontram alongados e orientados preferencialmente na direção NW-SE. Os sedimentos que foram encontrados e estudados nos estuários dos rios Pará e Dendê são predominantemente arenosos, variando de pobremente selecionados a bem selecionados, por vezes com pelitos associados. A mineralogia dominante nas areias compõe-se de grãos de quartzo e fragmentos lateríticos. Na assembléia de minerais pesados estão presentes estaurolita, zircão, turmalina, rutilo, cianita, andaluzita e silimanita. Os sedimentos peliticos são compostos essencialmente por kaolinita, ilita e quartzo. A sedimentação na desembocadura do rio Dendê ocorre sob condições hidrodinâmicas fortes, típicas da zona de intermaré da planície local. Por outro lado, nas áreas mais internas do estuário, as análises dos sedimentos argilo-arenosos, presentes nos barrancos desse rio, formados pela erosão da planície de inundação, demonstraram menor energia nas condições hidrodinâmicas. O Modelo Paleogeográfico proposto para a área considera a Transgressão Flandriana, iniciada por volta de 18.000 A.P., como momento inicial para a elevação do nível do mar e o afogamento das drenagens e formação dos estuários na Região Costeira Norte do Brasil. A progressiva elevação do nível do mar, prevista para os próximos tempos, indica que os processos erosivos na costa paraense tenderão a aumentar e se forem considerados os próximos 1.000 anos. O Modelo de Previsão Futura para a área de estudo demonstra que a erosão deverá arrasar, nos próximos 1.000 anos, a superfície atual até a cota dos 7 a 10m, o que implicará numa abertura da foz do rio Dendê, aproximadamente de mais 50m de cada margem, atingindo os portos de embarque de minério, situados na sua margem esquerda e, do lado direito, a Vila do Conde.

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