Parto normal após cesariana: olhares maternos

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01-01-2016

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TRINDADE, Fernanda Araújo; SILVA, Wanessa Amanda Leray da. Parto normal após cesariana: olhares maternos. Orientadora: Patrícia Danielle Feitosa Lopes Soares. 2016. 61 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Enfermagem) - Faculdade de Enfermagem, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2016. Disponível em: http://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/2055. Acesso em:.
INTRODUÇÃO:A maternidade é uma experiência que, parte significativa das mulheres deseja vivenciar, estando geralmente relacionada a sentimentos de amor, ternura e satisfação. Entretanto, sentimentos como medo, insegurança, angústia podem ocorrer dependendo de diversos fatores. Assim, o parto é um processo natural que deveria resultar em sua maioria em parto via vaginal, quando não há intercorrência ou risco eminente que possa ser prejudicial à mãe e/ou ao feto/recém nascido, impedindo esta via. Mas a realidade no Brasil demonstra que a incidência de cesárea chega a 84%, embora a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) seja de que a cesariana deveria corresponder a, no máximo, 15% do total de partos. Atualmente, muito se discute acerca do Parto Normal Após Cesariana (PNAC), pois as evidências mostram que os riscos da cesariana superam os riscos de um parto normal, mesmo em casos de cesárea anterior. Dessa forma o PNAC, tem ganhado atenção nos últimos anos, pois estudos estão sendo realizados com a intenção de observar o que mais influencia as parturientes que se enquadram nessa vivência, de obterem um desfecho positivo e sem intercorrências. OBJETIVO: Descrever as vivências das mulheres acerca do Parto Normal Após Cesariana. MÉTODO: A pesquisa consistiu em estudo descritivo, transversal e qualitativo, por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas com 17 puérperas, de idade entre 18 e 40 anos, internadas no Alojamento Conjunto da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, nos meses de junho e julho de 2016. Os dados foram analisados de acordo com a técnica da análise de conteúdo e a pesquisa obedeceu as normas para pesquisa com seres humanos presentes na resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Um núcleo direcionador foi analisado, gerando quatro categorias de análise. A discussão decorreu-se com as referidas categorias, resultando em aspectos positivos e negativos acerca do PNAC, que é vivenciado pelas mulheres, em grande maioria, como sendo uma experiência dolorosa, sofrida, mas que resulta em aspectos positivos, não sendo apenas a recuperação pós-parto normal vista como vantagem, mas todo o envolvimento que o mesmo promove. O profissional de saúde recebeu destaque no que tange a contribuir ou não com a vivência de um PNAC, tanto no pré-natal como no ambiente hospitalar. CONCLUSÃO: As vivências maternas acerca do PNAC perpassaram por amplos aspectos positivos e negativos. Sentimentos como dor e o cansaço durante o processo natural de parto após a experiência de cesariana receberam destaque, percebeu-se a violência obstétrica como algo negativo e os benefícios como a recuperação pós-parto mais rápida, maior vínculo mãe-bebê, entre outros, foram enfatizados. Embora muitos aspectos positivos tenham emergido no estudo, concluiu-se que os profissionais ainda necessitam de maior qualificação baseada em evidências científicas para que se tornem capazes de orientar às mulheres que o PNAC é possível, devendo essa reflexão ser iniciada desde a formação na graduação, perpassando pelos níveis mais elevados de qualificação profissional, fortalecendo dessa forma o atendimento qualificado e humanizado, evitando riscos ao binômio mãe e bebê e intensificando as experiências positivas das mulheres atendidas.

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