Geologia da Folha Rio Branco (SB-22-Y-V-VI), Província Carajás: mapeamento e integração de dados geológicos

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22-02-2021

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FAVACHO, Gabriel Guimarães. Geologia da Folha Rio Branco (SB-22-Y-V-VI) : Província Carajás: mapeamento e integração de dados geológicos. Orientador: Davis Carvalho Oliveira. 2021. 89 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Geologia) - Faculdade de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2021. Disponível em: https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/3492. Acesso em:.
A Província Carajás representa o maior núcleo arqueano preservado do Cráton Amazônico. A área da Folha Rio Branco (SB-22-Y-B-VI) está inserida na porção noroeste da Província, no limite tectônico entre o Domínio Rio Maria e o Carajás, onde afloram diferentes tipos de granitoides e rochas metamórficas de baixo a alto grau. Este estudo trata do mapeamento geológico em escala de semidetalhe desta área, que através de imagens de aerogeofísicas (gamaespectrometria, magnetometria) tem a finalidade de discriminar e individualizar novas unidades geológicas, que segundo estudos anteriores (de escala regional) pertenciam à Suíte Rio Maria e ao Complexo Xingu. Sendo assim, oito anomalias radiométricas foram diferenciadas com base na concentração de elementos radioativos (238U, 40K, 232Th) e notou-se que as do extremo norte eram mais afetadas pelos lineamentos magnéticos, resultando em corpos alongados/sigmoidais. Tais dados aerogeofísicos são refletidos em dois domínios tectônico/geológicos para a Folha Rio Branco: Direcional e Imbricado. O primeiro está presente na porção central até o sul da Folha, é composto por (i) rochas metavulcanossedimentar do Grupo Tucumã e granitoides: (ii) trondhjemito, (iii) suíte sanukitoide, (iv) associação monzogranítica-granodiorítica, (v) rochas máficas/ultramáficas da suíte intrusiva cateté e (vi) charnoquitos e rochas associadas. O quadro estrutural deste domínio é formado por zonas de cisalhamento de direção principal NW-SE que apresentam mergulho moderado a alto para NE e raramente para SW. O segundo domínio (Imbricado) ocorre da porção central até o extremo norte, é composto por rochas metamórficas do (i) Grupo Sapucaia e (ii) gnaisse migmatizado, por vezes, granulitizado e granitoides: (iii) bt-tonalito, (iv) bt-leucogranodiorito, (v) monzogranito milonitizado, (vi) bt-leucogranito, (vii) bt-granito e (viii) rochas máficas/ultramáficas da suíte intrusiva cateté. O arcabouço estrutural deste domínio é composto por zonas de cisalhamento anastomosadas que formam um padrão imbricado de direção principal E-W e apresentam mergulho moderado a alto para N, que impõem as unidades geológicas uma geometria de mesma direção. Três níveis de deformação foram descritos para esse segmento de crosta, assim sendo definidos domínios de baixo, médio e alto grau milonítico que juntos compõem uma deformação heterogênea. As rochas mais antigas possuem escala de batólito que alcançam grandes profundidades da crosta superior em vista de seção, enquanto as mais jovens ocorrem intrudidas na forma de stocks, que quando visualizada em seção não alcançam raízes profundas, com exceção das rochas máficas/ultramáficas que chegam a nível mantélico. Ocasionalmente, tais rochas são mineralizadas com estanho, ouro, ferro e nível e são exploradas em minas como Onça-Puma, Pedreira Milanos, Minera Sul e em garimpos legais e ilegais. A história evolutiva desse segmento de crosta parece indicar uma evolução bastante complexa. A formação dos greenstones belts estaria relacionada a um metamorfismo de platôs oceânicos gerado em regime de transpressão. Assim como admitido para outras áreas da Província Carajás, a formação das áreas de Ourilândia e Tucumã, também teria ocorrido inicialmente em dois estágios no Mesoarqueano. Entre 3,05 a 2,92 Ga, haveria a formação das rochas trondhjemíticas, de afinidade TTG que pode ser explicado tanto por tectônica horizontal ou vertical; entre 2.87 a 2.86 Ga eventos termais fundem o manto metassomatizado, que gera magmas sanukitoide e granitos híbridos, que ao se alojarem na base da crosta, servem como fonte de calor para a fusão das rochas sobrejacentes para geração de granitos alto-K.

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