Qualidade das águas superficiais e subterrâneas no entorno do lixão do município de Matozinhos, Carste de Lagoa Santa, Minas Gerais

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24-05-2013

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CAMARGO, Rafael Rodrigues. Qualidade das águas superficiais e subterrâneas no entorno do lixão do município de Matozinhos, Carste de Lagoa Santa, Minas Gerais. Orientador: Milton Antônio da Silva Matta. 2013. 79 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Gestão Hídrica e Ambiental) - Faculdade de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2013. Disponível em: http://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/1909. Acesso em: .
Os lixões são depósitos de resíduos sólidos a céu aberto, sem cuidados com impermeabilização do solo e com canalização das águas pluviais. Representam focos potenciais de poluição podendo influenciar negativamente a qualidade das águas de seu entorno e consequentemente a saúde humana e o meio ambiente sob sua influência. No município de Matozinhos, Minas Gerais, um depósito do tipo lixão está instalado sobre uma região cárstica desde a década de 1990. Nesse contexto, objetivamos avaliar a qualidade das águas superficiais e subterrâneas de seu entorno, buscando verificar possíveis contaminações. Para condução da pesquisa, foi realizado trabalho de prospecção exocárstica que embasou a seleção de três pontos de amostragem: duas lagoas para avaliação das águas superficiais e uma drenagem no interior de uma caverna, para água subterrânea. Tomando como referência a Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG nº 01, de 05 de maio de 2008, para as superficiais classe 2, e Resolução CONAMA n° 396, de 03 de abril de 2008, para águas subterrâneas com uso preponderante “Consumo humano”, os resultados negaram a hipótese levantada. Mesmo com a proximidade do lixão em relação aos corpos de água e se tratando de uma região cárstica, ambientalmente mais vulnerável, não se verificou contaminação por fenóis, hidrocarbonetos BTEX, metais pesados ou compostos inorgânicos, que são elementos normalmente encontrados em lixiviados de depósitos sólidos. Verificou-se apenas a contaminação por fósforo total, matéria orgânica e coliformes termotolerantes. Concluímos que o chorume produzido pelo lixão não está atingindo as drenagens próximas e que a qualidade das águas pode estar associada a usos e ocupação do solo ambientalmente predatórios. Na região, verifica-se a substituição quase que completa da vegetação natural por pastagens, inclusive das matas ciliares, e a utilização de fertilizantes, pesticidas e químicas em geral na agricultura, além da atividade pecuária, que explicam as contaminações levantadas. Por fim levantou-se uma nova hipótese, sustentada por uma avaliação qualitativa da geomorfologia e geologia locais. O lixão de Matozinhos é uma fonte de contaminantes, mas estes não foram identificados nas análises pois a pluma contaminante estaria retida em uma camada impermeabilizante de argila compactada presente no fundo da dolina localizada a jusante leste do lixão.

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