Transmissão vertical do HIV: estudo da epidemiologia, incidência e profilaxia em hospital-escola da cidade de Belém no período de 1999 a 2004

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01-01-2007

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GOMES, Kllevison Nascimento; VIEIRA, Larissa Neves. Transmissão vertical do HIV: estudo da epidemiologia, incidência e profilaxia em hospital-escola da cidade de Belém no período de 1999 a 2004. Orientadora: Valéria Gama Azevedo. 2007. 59 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Medicina) - Faculdade de Medicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007. Disponível em: https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/4952. Acesso em:.
A transmissão vertical (TV) do HIV é causa de aproximadamente 85% dos casos de SIDA em menores de 13 anos no Brasil e pode ocorrer em três momentos: intra-útero, intra parto e no pós-parto, neste caso através do aleitamento materno. Mesmo sem qualquer intervenção a TV não é absoluta, e situa-se em torno de 20%. Está relacionada a fatores do vírus (genótipo viral), fatores maternos (comportamentais, carga viral materna, doença materna avançada, nutrição materna e terapia anti-retroviral), fatores obstétricos (assistência pré-natal, ruptura das membranas amnióticas e danos placentários, via de parto), fatores inerentes ao recém-nascido (prematuridade e baixo peso ao nascer <2500g) e fatores relacionados ao aleitamento materno. Com a finalidade de traçar o perfil epidemiológico e social das gestantes HIV positivas, a implantação e efetividade das medidas profiláticas recomendadas pelo Ministério da Saúde na redução da TV, foi realizado este estudo de caráter horizontal e retrospectivo, com análise de 164 prontuários de gestantes HIV positivas atendidas na Santa Casa de Misericórdia do Pará, no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2004, e pesquisa dos prontuários de seus recém-nascidos durante o acompanhamento nas unidades de referência UREMIA e Casa Dia. Observou-se que as parturientes HIV positivas tinham idade média de 25 anos, a maioria era solteira, trabalhadora do lar, proveniente da Região Metropolitana de Belém, secundigesta e não sabia da sorologia antes da gestação. Os resultados deste trabalho mostraram significância estatística quando se associou TARV, via de parto cesariano e aleitamento artificial à taxa de transmissão vertical (TTV). Nas mães que usaram TARV em algum momento da gestação, parto ou pré-gestacional, ocorreu a transmissão em apenas 2,4% dos casos, enquanto naquelas que não fizeram TARV a TTV foi de 50% (p<0,001). Quando realizado parto cesariano a taxa de transmissão foi de 2,7%, sete vezes menor quando comparada à do parto vaginal (21,1%) (p=0,016). A TTV atingiu 80% das crianças que receberam aleitamento materno, enquanto nas crianças que não receberam aleitamento materno, a TTV foi de 3,4%, vinte e três vezes menor, apresentando significância estatística pelo Teste de Fisher (p<0,001). Embora as medidas de profilaxia tenham sido eficazes na redução da TTV, esta alcançou 7%, elevada se comparada as taxas de diversos estudos realizados em outras regiões do Brasil. Vale ressaltar que antes da implantação do Projeto Nascer, em novembro de 2002, pelo Ministério da Saúde, não havia protocolo de profilaxia da TV, e os índices de infecção eram maiores. Isto afetou diretamente os resultados da TV deste trabalho, pois todas as crianças infectadas nasceram no período de janeiro de 1999 à setembro de 2002.

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