Práticas de oralidade, leitura e escrita que valorizam as histórias de letramento da comunidade do Emaús

Neste artigo descrevemos práticas pedagógicas desenvolvidas no projeto “Escola cidade de Emaús: histórias de letramento e de alfabetização constituídas nos diálogos com as práticas socioculturais do Bengui e da Amazônia” (PROEXIA-UFPA/2018). Tivemos por objetivo analisar as contribuições do letramento para o processo de consolidação da escrita, da leitura e da oralidade por parte das crianças, jovens e adultos que são atendidos no Movimento República de Emaús. Os sujeitos foram alunos de turmas multisseriadas, com faixa etária de 9 a 17 anos, no período de agosto de 2018 a julho de 2019 no Movimento República de Emaús. Estudos de Freire (1996, 1989), Bakhtin (2006), Kleiman (2005, 2012), Marcuschi (2008, 2010), Soares (2003, 2012, 2019) embasaram este trabalho. Assim sendo, a pesquisa foi uma abordagem qualitativa (GODOY, 1995), etnográfica, de observação participante (ANGROSINO, 2009). Dentre as atividades, selecionamos uma desenvolvida em parceria com o educador de esportes que ocorreu no segundo semestre de 2018. Para as análises, utilizamos produções escritas e orais proporcionadas pelas dinâmicas articuladas ao gênero debate. Os resultados das ações demonstraram que, ao criarmos condições para que os alunos dialoguem com os seus contextos, contribuímos com a construção do dizer dos envolvidos em diferentes aspectos da oralidade e da escrita. Dessa forma, o trabalho com turmas multisseriadas confere à formação inicial várias possibilidades de vivências do ser docente em instituições como o Movimento de Emaús.