Complicações neurológicas da síndrome congênita do zika vírus: uma revisão sistemática

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13-11-2024

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CORREIA, Mayara Patrícia Baptista. Complicações neurológicas da síndrome congênita do zika vírus: uma revisão sistemática. Orientadora: Isabel Cristina Neves de Souza. 2024. 48 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Medicina) - Faculdade de Medicina, Instituto de Ciências Médicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2024. Disponível em: https://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/7828. Acesso em:.
Uma nova doença exantemática febril, cujas manifestações não preenchiam os critérios clínicos de outras doenças exantemáticas clássicas como o sarampo, a rubéola, escarlatina, varicela, exantema súbito, foi documentada em algumas cidades do Nordeste brasileiro. Inicialmente o zika vírus apresentou-se como uma infecção autolimitada, sendo assintomática em 80% dos casos. Simultaneamente foi observado, um aumento exponencial e inesperado de casos microcefalia no Nordeste, sendo Pernambuco o epicentro. Em Novembro de 2015, foi confirmada a relação causal entre a ocorrência de microcefalia e a Infecção pelo Zika Vírus, levando o Brasil a declarar uma emergência em saúde pública nacional. Sendo neurotópico, o ZIKV tem como alvo células progenitoras neurais, inibindo o seu desenvolvimento, provocando danos no SNC. Objetivo: identificar as alterações neurológicas e achados da neuroimagem que permitem conhecer o amplo espectro que é a SCZ e o seu impacto no desenvolvimento neuropsicomotor. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura, utilizando-se das plataformas Google Scholar, SCIELO e BVS, sendo incluso títulos publicados no período de 2015 a 2023. Aplicados os critérios de elegibilidade e feita a análise, foram incluídos 19 artigos. Resultado e Discussão: Além da microcefalia congênita, uma série de outras manifestações neurológicas e deficiências funcionais secundárias às lesões no SNC foram descritas na denominada SCZV. Os principais achados neurológicos altamente sugestivos foram: calcificações corticais-subcorticais, malformações corticais, ventriculomegalia, lisencefalia, mielinização tardia, hipoplasia do tronco cerebral e cerebelo. Sendo as mais prevalentes, calcificações cerebrais e ventriculomegalia, respectivamente. As calcificações foram subcorticais com padrão puntiforme, distinguindo a infecção pelo Zika vírus das outras infecções congênitas. Essas alterações acabam comprometendo as principais funções cerebrais, traduzindo-se em atraso no desenvolvimento da linguagem e motora, processamento sensorial anormal e desordens oftalmológicas e ortopédicas. Conclusão: Cenários como este reforçam a necessidade de investir-se em políticas públicas que promovam a saúde, pois é de extrema importância a identificação das alterações, a intervenção precoce, o monitoramento e assistência contínua desses pacientes, promovendo um tratamento adequado individualizado, de modo a minimizar os impactos da repercussão da doença, proporcionando uma melhor qualidade de vida para esses pacientes.

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