A compreensão de cuidadores familiares perante o uso da roupa biocinética no tratamento de crianças com encefalopatia crônica não progressiva da infância

No dinâmico processo saúde­doença, o adoecimento acompanha a humanidade e necessita do cuidado à saúde para que seja estabelecida a condição de saúde e equilíbrio do indivíduo e coletividade. Na maioria das vezes, este cuidado não pode ser auto­realizado e surge o importante papel do cuidador. Assim, os pais de crianças com Paralisia Cerebral (PC) ou Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância (ECNPI) exercem um papel significativo na evolução do filho. Dessa forma, para fornecer subsídios no tratamento de (re) habilitação de crianças com deficiência neuromotora, desenvolveu­se no Núcleo de Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade (NEDETA) um dispositivo denominado Roupa Biocinética (RB), que auxilia no tratamento de crianças com desordem neuromotora. Dessa maneira, a pesquisa visou conhecer como sete cuidadores familiares compreendem o uso da Roupa Biocinética no tratamento de crianças com PC, atendidas no NEDETA no período de fevereiro a dezembro de 2014/2015. A coleta de dados ocorreu mediante levantamento de informações de questionário socioeconômico do NEDETA e entrevista semiestruturada. A pesquisa apresenta um desenho qualitativo de cunho descritivo. O presente estudo visou responder a seguinte questão­problema: “Como cuidadores familiares compreendem o uso da Roupa Biocinética?”. Considerando como questões norteadoras: Quais os conhecimentos de cuidadores familiares sobre esse recurso? Como é o cotidiano desses cuidadores familiares? Quais suas dificuldades? Quais suas expectativas? De que forma cuidadores familiares de crianças com PC lidam com a Roupa Biocinética? Quais as mudanças ocorridas após a implementação da Roupa Biocinética no processo de reabilitação? O perfil socioeconômico do cuidador interfere no envolvimento do tratamento da criança? Os resultados encontrados mostraram que os cuidadores familiares receberam o treinamento adequado e compreendem o uso da RB no processo de reabilitação. Então, os fatores que influenciaram no tratamento da criança foram suas características individuais, a demora para a troca do protótipo, a carência de recursos financeiros e falta de tempo do cuidador para comparecer aos atendimentos. Portanto, sugere­se aos profissionais em suas práticas clínicas avaliarem tanto as demandas dos usurários da RB quanto o contexto socioeconômico no qual o cuidador está inserido a fim de evitar prejuízos ao tratamento da criança.