Fácies, petrografia e aspectos palinológicos da formação Codó, cretáceo da bacia do Parnaíba na região de Grajaú (MA)

A Formação Codó, de idade cretácea, exposta na porção central da Bacia do Parnaíba, foi estudada em afloramentos e frentes de lavra na Pedreira Gesso Integral, região de Grajaú, Estado do Maranhão. A integração das análises de fácies/microfácies e palinológica permitiu corroborar com as interpretações prévias para esta unidade e fornecer algumas considerações paleoclimáticas. Foram identificadas seis fácies sedimentares, agrupadas em 2 associações representativas de um sistema lacustre: 1) lago central com influências de ondas, formada por folhelho negro, gipso nodular, folhelho verde e arenito com laminação truncada por ondas, com as microfácies gipsita nodular e gipsita em rosetas; e 2) panelas salinas e sabkha, constituída por gipso fibroso/laminar, gipso arenito e as microfácies de gipsita em chevron, gipsita acicular, gipsita em mosaico e gipsita pseudo nodular. A análise de palinomorfos indicou a ausência de gimnospermas e abundância de palinomorfos de angiospermas dos gêneros Monoporopollenites, Retitricolporites e Stephanocolporites, Psilamonocolpites, Echitriporites, Retiperiporites além de pteridófitas como Retitriletes. Esta assembleia sugere um ambiente úmido com florestas bem desenvolvidas possivelmente relacionadas com zonas marginais de lago ou planície de inundação, ao contrário das interpretações prévias de clima árido para a Formação Codó. O desenvolvimento desta pesquisa pode proporcionar o treinamento em rochas evaporíticas, contribuindo também para o desenvolvimento de modelos análogos sedimentares de rochas geradoras e selantes da Bacia do Parnaíba.