Dermatoses infecciosas em pacientes portadores de HIV/AIDS no Núcleo de Medicina Tropical do Pará

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01-01-2022

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ROCHA, Helena Peixoto; SANTOS, Yasmin Amorim dos. Dermatoses infecciosas em pacientes portadores de HIV/AIDS no Núcleo de Medicina Tropical do Pará. Orientadora: Marília Brasil Xavier. 2022. 70 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Medicina) - Faculdade de Medicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2022. Disponível em: https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/6103. Acesso em:.
A pele é o maior e mais visível órgão do corpo humano. Consequentemente apresenta os mais variados tipos de manifestações patológicas. Nos pacientes imunodeprimidos pelo HIV existe um declínio no número e na função das células apresentadoras de antígenos e células T CD4+, tornando a pele mais vulnerável aos agentes infecciosos oportunistas e neoplásicos. Este estudo objetiva descrever a prevalência e as características clínicas e epidemiológicas de dermatoses infecciosas em pacientes portadores de HIV/AIDS em um ambulatório de referência especializada. Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo de pacientes portadores de HIV/AIDS matriculados no Núcleo de Medicina Tropical (NMT) da Universidade Federal do Pará (UFPA), entre o período de março de 1999 até março de 2021, tendo como amostra 544 pacientes. Os dados foram analisados nos softwares Microsoft Word, Excel e Bioestat 5.5, por meio do teste qui-quadrado ou exato de Fisher, e teste T Student, ou o equivalente não paramétrico teste de Mann-Whitney. Os resultados com p ≤ 0,05 (bilateral) foram considerados estatisticamente significativos. Os resultados apontam que os pacientes eram do sexo masculino (66,2%), com idade de 40 a 59 anos, solteiro (65,8%), residência em Belém ou Ananindeua (81,6%), procedentes da UREDIPE (58,1%), com diagnóstico de AIDS (16,2%), usavam TARV (94,9%), CD4+ de 1 a 300 (23,3%) e CD4+ acima de 300 (13,8%). Cerca de 100% dos pacientes do estudo apresentaram alterações cutâneas, sendo que mais da metade apresentou ao menos duas alterações cutâneas, ou seja, há pelo menos 50% apresentaram pelo menos duas combinações de dermatoses. Quanto ao diagnóstico dermatológico, 16,9% dos indivíduos tiveram dermatite e 11,9% prurigo; 27,6% dos indivíduos tinham lesão elementar pápula, 24,8% eritema e 17,1% mácula hipercrômica. Já quanto aos fármacos individuais utilizados, 18,4% dos indivíduos usavam lamivudina, 9% AZT, 8,6% efavirenz. Dos 41 indivíduos do tempo de observação 6 meses a 1 ano, 17,1% tinham sarcoma de Kaposi, sendo essa proporção maior que o esperado. Em relação à associação com uso de TARV, não houve associações significativas relacionadas aos diagnósticos dermatológicos não houve diferenças significativas em relação à idade, quanto comparada com relação à presença de lesão elementar. Constatou-se que existem diversos tipos de manifestações dermatológicas podem se manifestar em indivíduos infectados pelo HIV, em diferentes estágios de imunossupressão. Além disso, observam-se que essas lesões cutâneas podem ser os primeiros sinais que o paciente apresenta, bem como, são considerados importantes indicadores clínicos para o monitoramento do sistema imunológico. Assim, as dermatoses podem ser um bom marcador clínico para detectar o estágio clínico e diagnosticar a infecção pelo HIV; além disso, pode haver um aumento significativo do número de dermatoses em estágios avançados.

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