Petrografia e mineralogia de epissienitos potássicos estaníferos e da alteração hidrotermal associada, na Borda Oeste do albita-granito, suíte Madeira, Província Pitinga (AM)

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01-01-2012

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SOUZA, Sulsiene Machado de. Petrografia e mineralogia de epissienitos potássicos estaníferos e da alteração hidrotermal associada, na Borda Oeste do albita-granito, suíte Madeira, Província Pitinga (AM). Orientador: Régis Munhoz Krás Borges. 2012. 123 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Geologia) - Faculdade de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2012. Disponível em: http://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/1903. Acesso em:.
A Província Pitinga, localizada na região nordeste do Estado do Amazonas, é a maior produtora de estanho do Brasil. O estudo petrográfico de amostras do furo de sondagem 250S/1200W, que intercepta uma zona de contato entre as fácies albitagranito de borda (ABGB) e feldspato alcalino-granito hipersolvus porfirítico (FAGHP) na borda oeste do plúton Madeira, permitiu a caracterização de três tipos de rocha: 1) feldspato alcalino-granito hipersolvus porfirítico; 2) albita-granito de borda epissienitizado (AGbEp) e 3) granito epissienitizado híbrido (GEpsH). O FAGHP é composto principalmente por fenocristais de feldspato alcalino pertítico e quartzo, imersos em uma matriz quartzo-feldspática, e proporções acessórias de biotita, zircão, fluorita, hematita, pirita e galena. A rocha ocorre, por vezes, levemente albitizada, greisenizada ou epissienitizada. O AGbEp é composto principalmente de quartzo e feldspato alcalino, além de quantidades subordinadas de cassiterita, zircão, torita, fluorita, sericita e fengita, e ocasionalmente mostra-se enriquecido em sulfetos. O GEpsH tem textura porfirítica e é composto basicamente por feldspato alcalino e quartzo, e quantidades acessórias de zircão, fluorita, hematita, pirita, galena, torita e cassiterita, e encontra-se intensamente hematitizado e silicificado. O principal processo hidrotermal identificado neste estudo é a epissienitização potássica, que modificou significativamente as rochas deste setor. Outros processos também foram caracterizados, como a albitização, greisenização, sulfetação, silicificação e hematitização, cada um deles contribuindo de uma forma específica para a formação das rochas epissienitizadas. O estágio mais precoce da epissienitização foi a desquartzificação das rochas graníticas, responsável pela lixiviação do quartzo e geração de cavidades que, interconectadas, possibilitaram a circulação dos fluidos durante toda a atividade hidrotermal. O metassomatismo potássico causou a dissolução total da albita do ABGB, bem como sua substituição por microclínio hidrotermal. O feldspato alcalino magmático foi parcialmente substituído por filossilicatos, principalmente no estágio de greisenização. De forma mais restrita, o feldspato alcalino pertítico do FAGHP foi parcialmente substituído por albita, principalmente nas bordas dos cristais. O granito epissienitizado híbrido é composto por fases minerais herdadas das duas fácies petrográficas e é o litotipo mais representativo da interação entre os dois líquidos magmáticos na região estudada. Nele, além do microclínio formado em condições subsolvus (ABGN), 7 ocorre uma população de cristais mais finos de microclínio hidrotermal, geralmente ocupando os interstícios entre as fases magmáticas. O minério estanífero associado a estas rochas é representado tanto por cristais de cassiterita provenientes do ABGB, quanto por cristais formados pela atividade hidrotermal, conforme os estudos de caracterização mineralógica e textural realizados por MEV-CL-EDS. Os cristais de cassiterita que preenchem fraturas e/ou cavidades nas rochas epissienitizadas são mais puros e relativamente mais pobres em Nb do que aqueles formados no estágio magmático. Os fluidos envolvidos na epissienitização potássica devem ter sido alcalinos e subsaturados em sílica para ter induzido a desquartzificação, mas com baixo grau de alcalinidade, já que fluidos altamente alcalinos tenderiam a promover metassomatismo sódico, com estabilização da albita. Com base nos dados obtidos neste estudo e no contexto geológico da região, propõem-se duas hipóteses para a origem de um fluido alcalino, oxidado e enriquecido em K: (1) por separação de uma fase fluida a partir do líquido magmático formador do FAGHP e (2) pela ação do mesmo fluido que desencadeou o processo de autometassomatismo do albita-granito de núcleo. Independentemente da origem, este fluido provavelmente teria sido modificado ao longo do resfriamento do sistema, culminando com os processos de sulfetação, hematitização e silicificação, quando ocorre o preenchimento de cavidades e fraturas por sulfetos de Fe, Cu, Pb e Zn, hematita e quartzo, associados a cassiterita em algumas situações. Os cristais de cassiterita formados durante o processo de epissienitização são compostos quase que exclusivamente por SnO2.

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