Navegando por Autor "SANTOS, Sara Rafaelle do Nascimento"
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Trabalho de Curso - Graduação - Artigo Acesso aberto (Open Access) Das raízes ao diploma: trajetórias de estudantes da comunidade de Segredinho rumo à Universidade Federal do Pará.(2025-10-17) SANTOS, Sara Rafaelle do Nascimento; OLIVEIRA, Francisco Pereira de; http://lattes.cnpq.br/6672819410146078; https://orcid.org/0000-0003-1327-8362O presente estudo investiga as trajetórias educacionais de estudantes da comunidade campesina de Segredinho, localizada no município de Capanema, Pará, que conseguiram ingressar no Ensino Superior. O objetivo foi compreender os desafios as estratégias de superação utilizadas e o papel das redes de apoio familiar e comunitário nesse processo. Para tanto, adotou-se uma abordagem qualitativa, de caráter descritivo e analítico, com aplicação de entrevistas com perguntas semiestruturadas a dez estudantes e ex-estudantes, e, por conseguinte, os dados foram analisados à luz da Análise de Conteúdo. Os resultados evidenciam que fatores como renda familiar limitada, necessidade de múltiplas oportunidade e acesso à recursos que vão desde a questão de alimentação ao material didático-pedagógico-científico, transporte escolar quando existia precário, infraestrutura escolar insuficiente, ausência de professores e estigmas sociais marcaram profundamente as trajetórias escolares. Apesar disso, os relatos revelaram persistência, apoio comunitário e protagonismo feminino, demonstrando que a educação tem se constituído como espaço de emancipação e resistência para jovens de áreas rurais/campesinas. As políticas públicas de democratização do ensino superior, como Exame Nacional do Ensino Médio, Sistema de Seleção Unificada, Lei de Cotas, ProUni, Financiamento e Plano Nacional Formação de Professores da Educação Básica foram decisivas para viabilizar o acesso à universidade, configurando-se como mecanismos de inclusão e reparação histórica. Para os(as) estudantes de Segredinho, essas conquistas não se limitam à dimensão individual, mas expressam uma luta coletiva pela valorização cultural e pela mobilidade social. Conclui-se que as experiências desses(as) jovens reafirmam a importância de se investir em políticas inclusivas e em práticas pedagógicas que considerem os saberes locais. Assim, a Educação do Campo deve ser reconhecida como instrumento fundamental de transformação social, identitária e cultural em comunidades rurais/campesinas.